Defeso marinho - Proteção garante reprodução das espécies e renda aos pescadores
"Além de garantir a reprodução
das espécies, os períodos de defeso dos animais marinhos é uma questão
ambiental, muitas vezes, não respeitada pelos pescadores e empresários
que comercializam os produtos protegidos. Nos quatro primeiros meses do
ano, sete espécies são resguardadas através de proibições de pesca tanto
de forma predatória quanto artesanal."
"Iguarias como o caranguejo e a lagosta,
tão apreciadas pelos cearenses e turistas, são impedidas de serem
pescadas para que a reprodução seja preservada, garantindo inclusive a
renda e o sustento dos profissionais do mar. Junto com estas duas
delícias do mar, peixes como pargo, branquinha, piau, sardinha e
tambaqui também estão proibidos de serem pescados até o próximo dia 30
de abril.
Contudo, o superintendente do Ibama,
José Wilson Uchoa, salientou que parcerias entre órgãos públicos e
instituições policiais cearenses e de estados vizinhos dão o suporte
necessário para a fiscalização em todo o Ceará. Isso porque, segundo o
superintendente, os 730 quilômetros do litoral cearense possuem 104
pontos de desembarque de pesca, o que dificulta a fiscalização ostensiva
dos agentes locais. Para fazer valer os períodos de defeso, o órgão
federal, no Estado, conta com 15 veículos, cerca de 40 fiscais e dois
barcos.
De acordo com Uchoa, a proteção dos
peixes e crustáceos é necessária para garantir o acasalamento dos
animais e a desova das espécies. Para se ter uma ideia, o
superintendente do Ibama ressaltou que, somente nas barracas da Praia do
Futuro, são consumidos cerca de 1,5 milhões de caranguejo por ano.
Isso, mesmo com a forma inadequada de transporte dos animais que chega a
matar em torno de 30% dos caranguejos que serão comercializados.
“Muita gente não tem ideia da quantidade
de caranguejo que é consumida somente em Fortaleza. Existem seis
períodos de defeso no ano, que juntos somam trinta dias. Por isso é
importante conciliar a parte biológica e a alta sustentabilidade, com a
sobrevivência do setor comercial. Não podemos esquecer que a proteção,
entre outras coisas, preserva o sustento do pescador, do transportador,
do barraqueiro, e garante o turismo”, destacou ele.
CRIME AMBIENTAL
Para aqueles que insistem em desrespeitar o defeso, várias punições administrativas e criminais são aplicadas. O chefe de fiscalização do Ibama, Rolfran Ribeiro, explicou que pescadores e empresários flagrados com as espécies protegidas respondem por crime ambiental e estão sujeito a multas que variam de R$ 700 a R$ 100 mil, além de ainda pagarem R$ 20 por quilo apreendido.
Para aqueles que insistem em desrespeitar o defeso, várias punições administrativas e criminais são aplicadas. O chefe de fiscalização do Ibama, Rolfran Ribeiro, explicou que pescadores e empresários flagrados com as espécies protegidas respondem por crime ambiental e estão sujeito a multas que variam de R$ 700 a R$ 100 mil, além de ainda pagarem R$ 20 por quilo apreendido.
“Caso o barco seja flagrado pescando em
período de defeso, é aplicada uma punição administrativa, sendo feita
uma notícia crime ao Ministério Público. A partir daí, é estudada a
possibilidade de abertura de um processo penal. Mas o proprietário da
embarcação tem direito à ampla defesa. No caso dos pontos comerciais,
também é realizado o mesmo procedimento”, disse, salientando que os
pescadores flagrados correm o risco de perder o Seguro-Desemprego da
pesca.
O chefe de fiscalização revelou que o
Ibama possui um depósito de barcos terceirizados na cidade de Acaraú que
recebe todas as embarcações apreendidas pelo órgão. “O Ibama também
trabalha com a descapitalização dos infratores. Quando realizamos a
apreensão da embarcação é para descapitalizar o proprietário. Os barcos
são levados ao depósito para ficar à disposição da justiça”.
EM PRIMEIRA MÃO
Rolfran Ribeiro e Wilson Uchoa revelaram à equipe do O Estado que o órgão, no Ceará, está pleiteando a aquisição de mais uma embarcação para reforçar a fiscalização marítima das águas cearenses. A ideia é juntamente com a Polícia Ambiental, colocar dois barcos no litoral Oeste e dois no Leste para o monitoramento das águas. Segundo ele, é possível que a aquisição ainda aconteça este ano.
Rolfran Ribeiro e Wilson Uchoa revelaram à equipe do O Estado que o órgão, no Ceará, está pleiteando a aquisição de mais uma embarcação para reforçar a fiscalização marítima das águas cearenses. A ideia é juntamente com a Polícia Ambiental, colocar dois barcos no litoral Oeste e dois no Leste para o monitoramento das águas. Segundo ele, é possível que a aquisição ainda aconteça este ano.
Por Souto Filho
soutofilho@oestadoce.com.br
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Fonte: Jornal O Estado